Resgatar e documentar a história de um local é um desafio formidável. No livro “Santos Dumont nas Cataratas: “pretendo mesmo escrever um livro sobre o Iguaçu”, o doutor em História pela USP e professor da UNILA, Micael Alvino da Silva, conseguiu superar todas as dificuldades e realizar um trabalho incrível.
O livro pode ser considerado uma das obras mais importantes para o resgate histórico de Foz do Iguaçu. O lançamento da obra foi na quinta-feira, dia 26 de outubro, às 19 horas, no auditório da Fundação Cultural. O evento fez parte da programação da 18ª Feira Internacional do Livro de Foz do Iguaçu.
Sobre o projeto
O livro é uma explicação histórica que promove a conexão entre o local e o global a partir da vida de Alberto Santos Dumont, de seus feitos como aviador, como articulador pan-americano e como impulsionador do turismo nas Cataratas do Iguaçu.
O evento faz parte da programação da 18ª Feira Internacional do Livro de Foz do Iguaçu. Escrito pelo doutor em História pela USP e professor da UNILA, Micael Alvino da Silva, a obra é uma realização da EDUNILA e do Instituto 100fronteiras, com o patrocínio de Itaipu Binacional e do Fundo Iguaçu, e conta com o apoio da Fundação Cultural de Foz do Iguaçu, do Parque Nacional do Iguaçu, da UNILA e do Grupo 100fronteiras.
“Ele estava envolvido na mais alta discussão sobre aviação. Ele estava colocando em prática um plano: queria fazer circular 10 mil aviões dos EUA para a América do Sul para transportar pessoas e mercadorias. Por isso, foi ao Chile. Aquele foi um ano intenso. Por que desviar 20 dias e passar por Iguaçu? Mais do que a motivação, a ação de Dumont sintetizou três ideias: 1) a comparação com Niagara Falls – existente desde 1780; 2) a criação de um Parque Nacional – existente desde 1870; 3) aproveitar o turismo como desenvolvimento regional” destaca Micael.
De acordo com ele, isso é um elemento muito interessante que passou desapercebido na maioria das análises de como Niágara Falls se torna esse modelo para as Cataratas do Iguaçu.
“A ideia de comparação entre Niágara e Iguaçu já existia desde 1780, mas acho que Dumont consegue sintetizar tudo isso. Podemos dizer que Santos Dumont foi a pessoa certa, no local certo e no momento certo da nossa história. Ele realmente tinha uma visão muito ampliada e usou essa experiência global e regional para influenciar a criação desse parque tão importante para a humanidade”, Micael complementa.
Números
Dez fatos sobre a passagem de Santos Dumont na Terra das Cataratas:
- Desde 1910 Dumont não voava mais. Em 1916 ele teve problemas na França por conta da I Guerra Mundial e voltou para o Brasil.
- Nas Américas, Dumont era uma personalidade influente no mundo dos aeroclubes, quando os Estados ainda não controlavam a aviação.
- Como articulador pela aviação, Dumont bolou um plano para colocar 10 mil aviões nos céus das Américas. Por isso foi ao Chile.
- É possível que Dumont tenha recebido em Buenos Aires um folder com propaganda das Cataratas do Iguaçu.
- Os cidadãos locais, o prefeito Jorge Schimmelpfeng e seu amigo Frederico Engel, ficaram 2 dias com Dumont nas Cataratas e em algum momento convenceram o aviador que algo poderia ser feito para o turismo desenvolver a região.
- Foz do Iguaçu tinha 2 anos. O prefeito buscava a todo o custo fazer algo como uma estrada que chegasse ao Iguaçu.
- Dumont deu uma pausa no megaplano e bolou outro plano: ir falar com o governador Affonso Camargo para que “se interesse pelos saltos”. Em Curitiba, a conversa com Affonso Camargo teve um modelo: Niágara Falls.
- Distante 8 mil quilômetros, as duas cataratas das Américas têm algumas semelhanças: turismo, lenda e fronteira.
- Em Niagara, a lenda das Cataratas também tem uma mulher protagonista, como a nossa Naipi, e a grande queda de água foi formada pela ação de uma serpente.
- Tanto o Iguaçu quanto Niágara estão em grandes regiões de fronteiras entre os maiores Estados da América do Norte (EUA e Canadá) e América do Sul (Brasil e Argentina).
Metas
Conectar as Cataratas do Iguaçu na biografia internacional de Santos Dumont
Resultados
Evento de lançamento com mais de 150 pessoas, lotando a Fundação Cultural
Equipe
- Buguno (Bruno Almeida) – Projeto gráfico, capa, ilustrações e diagramação
- Andréia Moassab – Preparação de texto
- Flavia Foresto Porto da Costa – Revisão de textos e normalização bibliográfica
- Giulia Soster Caminha – Tradução de textos para inglês
- Marcos Oliveira Amorim Tolentino – Tradução de textos para espanhol
- Denys Grellmann – Coordenador geral
- Carlos Alberto Grellmann – Consultor
- Markson Rangel Silva – Coordenador do projeto